Curtinhas e leves... 3

Faz tempo que não atualizo, preguiça enorme. Bora lá, mais uma atualização de assuntos aleatórios dispostos em apenas um paragráfo por tópico. 

Nem sei por onde começar... Vejamos... Ah sim, algo que me assusta um pouco, essa evolução tecnológica devastadora. Não me refiro ao impacto no meio ambiente e sim nas relações humanas. É animação em 3d, longa em 3d, game em 3d e até pornografia em 3d (sensacional). O uso das redes sociais: twitter, facebook, myspace, shrubble, salame... Me lembro, com tudo isso, de dois filmes icônicos, Matrix e Wall-E. Penso, com o primeiro, se todo esse desenvolvimento tecnológico não nos levará a uma realidade paralela - evito entrar na fantasia da película - e se será simples, à partir de um ponto, discernir a realidade a de uma outra intrínseca? E sobre o segundo, se nos tornaremos obesos por natureza e incapazes de nos relacionar com outra pessoa de forma intensa e verdadeira? Quem não entendeu a viagem, assista aos dois.  

Outro assunto, as eleições estão aí e prometo que farei uma (ou várias) postagem dedicada à ela. Mas sinto que o brasileiro, ao contrário do que já presenciei, não entrou no clima. Eleição está parecendo furo no encanamento: 'amanhã eu vejo isso', 'tô sem tempo livre', 'deixa pra semana que vem' e por aí vai... Aí depois de um tempo a parede tá com infiltração, tem que quebrar tudo, uma merda generalizada. Porra, faltam dois meses pra escolhermos o próximo presidente dessa possilga! A galera tá mais preocupada com o caso do 'Goleiro Bruno', ou o tal do 'Lingerie Day' do twitter ou quem vai participar de 'A Fazenda'... É broxante. Depois tem que quebrar tudo, uma merda generalizada. Vamô acordar, né!?

Cada um define suas prioridades, né? Se estão satsfeitos com o que tá acontecendo, paciência... Mas chega de panfletarismo barato.

Vai rolar nos próximos dias a edição mils (?) da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Todos já sabem, mas vale reforçar: Sou ignorantão na maior parte do tempo. Por mais que eu esteja louco pra ir sinto que ficarei meio perdidão nesse evento. Só leio livro velho, não sei o que rola de bom hoje em dia. Nem sei se um dos meus autores favoritos, Milan Kundera, está vivo ainda. Mas eu irei, mesmo assim. E aconselho todos a fazerem o mesmo, claro, se não estiver passando nada melhor na TV. Nem sei quem ainda lê este blog, mas façam sugestões de bons livros recentes para mim não ficar perdido. 

Agosto que é o mês das noivas, não? Não sei porque citei isso.Eu queria fechar esta postagem fazendo três sugestões culturais:

O grupo Club des Belugas e seu albúm SWOP, 2008. Não lembro como a descobri, mas me apaixonei rapidamente. Não sei de onde são, nem como é a estrutura da banda, sei que o vocal é revezado por dois caras e uma garota - que tem uma voz deliciosamente deliciosa. Eles tocam um jazz mais moderninho com alguma influência eletrônica, mas nada que estrague o som. Quatro das 16 faixas são um resumão do disco: Cat's 'n Boys, cantado pela tal garota, Cat's 'n Girls, idêntica a anterior mas com um homem cantando, Frankie, com um refrão bastante eficiente para grudar à sua cabeça e The Road is Lonesome, que para mim é o ponto alto da obra, criando uma atmosfera bastante intimista, desenvolta na tal voz e com um arranjo primoroso. Eu fumo um cigarro ouvindo essa primasia no escuro e viajo. Confiram!

A banda Fatso Jetson, que lança seu sexto albúm de estúdio com Archaic Volumes. É uma das minhas bandas favoritas, não atoa. Guitarras de timbre pesado, implemento de gaita e um vocal com uma voz inconfundível - é cantado e não berrado. Há quem considere eles da surf music, eu acho mais afastado do oceano, mais para o deserto. Não dá pra dizer muita coisa, porreta esses caras. O ex-gordo Mario Lalli é sensacional.

E por fim, vai um filme, Onde Vivem os Monstros. Não é muito recente, mas vi esses dias e realmente me emocionei. Não vou contar a sinopse do filme, a trama é manjada. O que fizeram com a trama é que é espetacular. Os tais monstros - personificação das diversas emoções, como angústia, rebeldia, insegurança, etc - que dão o tom do filme. Pode parecer mas não é um filme infantil ou de fácil compreensão, e o final pode frustrar muita gente. Mas a construção das metáforas que desenvolvem a fantasia é sublime. Todo filme que aborda a realidade infantil na visão adulta, na complexidade do pensamento, tendem a criar um ambiente nostálgico para com a  infância do telespectador. Essa empatia que torna este um filme tão sensível e tocante. E há uma trilha sonora explêndida que dá mais dinamismo ao longa. Longe de ser o melhor filme que eu já tenha visto, mas certamente é um dos mais intensos. Vale a pena.

Por enquanto é só. 

Ah, queria mandar um abraço para a Telefônica que comprou a empresa Ajato e fez um dos melhores serviços de banda larga se equiparar ao Speedy. Obrigado, por mais essa.