domingo, 21 de agosto de 2011

Um meme pra relembrar...

Eu sou um grande mentiroso...

Disse que atualizaria, ou melhor, passaria a atualizar com maior frequência este decadente blog... E olha só, eu menti. Pra ser sincero, recentemente - ou não tão recentemente - passei por uma severa crise existencial digital. Resolvi que ia excluir orkut, msn, parar de olhar e-mails, que não acessaria nada que não fosse realmente necessário (páginas com conteúdos para pesquisa,sites de notícias) e que apagaria de vez este blog e um outro que fiz pelo wordpress. Resultado, não apaguei nada, não parei de acessar nada e ainda fiz uma conta no facebook. Haha eu sou sem vergonha, mesmo.




Pitis resolvidos.

A coisa boa desse facebook é que você encontra muita gente de outrora. Embora não se converse com mais ninguém (algo semelhante acontecia no orkut, nos aureos tempos, haha). Outra vantagem é... Bem, por enquanto não vejo nada. Se pensarmos bem tem algumas coisinhas interessantes, mas convenhamos... 

Aproveitando o momento 'internet', um mamiferosinho voador me contou que algo vai voltar em breve e em grande estilo. Aguardemos.

Gostaria de fazer um protesto também: sobre estes blogs de humor que tiraram espaço dos demais sites que se preocupam em construir textos e elaborar pensamentos um pouco mais sofisticados. Sinal dos tempos. Bem, a Sprite já dizia que 'uma imagem vale mais que mil palavras' nos idos dos anos noventa (eu desprezo quem me corrigir quanto a autoria dessa frase).

Importante salientar que acho que o brasileiro tem lido mais - mesmo que se conteste sua literatura - e não me apoio em nenhuma estatística para comprovar meu achismo. Mas justamente na internet as produções textuais estão perdendo muito campo. Confesso que isso desestimula a redigir algo. Mas...

Divagações e mais divagações.

De súbito gostaria de interromper este texto e marcar um novo encontro daqui a sei lá quanto tempo...

8 comentários:

  1. Juliana Rosa22/8/11 10:38

    É bom 'te ler' Marcelinho. Você escreve bem. Sempre escreveu. Hoje, confesso que não vi muito sentido em tudo que li. Mas, usando como alicerce oque você escreveu, devo dizer que, não concordo que o brasileiro esteja lendo mais.

    E fazendo um gancho com a questão virtual, refiro-me especificamente ao facebook (que é a ferramenta que mais tenho utilizado no momento, pelo menos pra supostas relações sociais), percebo o quão grande é a preguiça, ou falta de interesse das pessoas em ler.

    O que te destaca no Facebook é a sua capacidade de escrever um bom pensamento em pouquíssimas palavras. Quando digo bom pensamento lê-se: pensamentos fúteis e vazios, mas ainda assim em poucas palavras. Tudo que se estender demais, inclusive os pensamentos fúteis e vazios serão imediatamente descartados.

    Portanto se você tem uma vasta lista de amigos no facebook, e deseja escrever algo com a tola esperança de que as pessoas lerão, tentarão ao menos compreender, e comentarão a respeito, esqueça. Isso não vai acontecer. E se acontecer valorize a pessoa que interagiu com você na sua idéia. Ou volte ao primeiro parágrafo que nosso Querido Dedudo escreveu e siga o 'step by step' de como se livrar desse clubinho vazio, de pessoas vazias, que não falam, não pensam e estão cada vez mais corcundas na frente de seus pc's.

    É claro que toda essa minha manifestação como eu já disse, é referente ao facebook, mas levemos em conta que em março de 2011 o facebook já possuia mais de 13 milhões de usuários só no Brasil.

    Deve com certeza existir canais virtuais de boas trocas de idéias, opiniões e conhecimentos, sem dúvida.

    Mas não atrai 13 milhões de brasileiros, e jamais atrairá.

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  2. Juliana Rosa de novo22/8/11 10:47

    Quem sabe esse não é o canal pras trocas inteligentes, ou pseudo-inteligentes.
    Na verdade. escrevi tudo isso só pra dizer o seguinte: "Vamos bebeeer \o/" - curtir.

    Uma das frases mais consagradas no facebook, que leva sua popularidade às alturas.

    Pode fazer o teste: num dia escreva: "Vamos beber agora?!!?" (mesmo que seja uma segunda-feira de manhã), e no outro: "Essa crise na Líbia vai dar merda".

    Faça o gráfico de comentários e 'curtições' entre um dia e outro e surpreenda-se com o resultado! #ficaadica

    Beijos Marcelinho, Bom te ler.

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  3. Ju, isso se chama licença poética, haha... O fato de você não ter visto muito sentido no que foi escrito é a minha.

    Mentira, na verdade minha capacidade de articular palavras e frases esta bastante comprometida.

    Interessante essa descrição que você fez sobre o facebook. Quando você diz 13 milhões, pouco significa pra mim... No geral, sua interatividade fica restrita ao mesmo grupo de pessoas de sempre. Aqueles que saem de fato para beber com você. E não estou julgando dúbia sua analise, pelo contrário.

    A proposta de uma rede social realmente social é que é dúbia.

    Estava relendo alguns comentários de posts anteriores e notei que em um em especial seu namorado e eu chegamos a conclusão de que o lixo esta em ascensão. Chamam isso de democracia, eu chamo de autopromoção pretenciosa.

    É perturbador observar as coisas que você escreveu. Não lembro de ter lido nada que preste, nenhum 'pensamento' que tenha alguma valia. Nem eu mesmo o fiz. Pq? Provavelmente por isso: não tem audiência. É mais fácil ganhar notoriedade com banalidades e com convites para bebedeiras...

    Lamentável, lamentável.

    Mas continuo achando que o brasileiro tem lido mais. No metrô existe uma certa resistência de quem não fica alienado em seu celular ou outro gadget qualquer. Existe um bom número de pessoas que lêem e grande parte são livros bons (quem sou eu pra definir o que é boa ou má literatura?). A bienal do livro no ano passado estava abarrotada... Em livrarias como a Cultura, há um bom fluxo de consumidores. Enfim...

    De qualquer forma, obrigado pelo elogio, comente sempre que puder e tiver interesse e saiba que é com essas atitudes que eu me motivo um pouquinho mais a me dedicar a este espaço.

    (não estou encerrando essa discussão de forma alguma)

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  4. Juliana Rosa23/8/11 11:58

    Ahhh Marcelinho... sua capacidade de articular esta comprometida? Não diga isso. Vc que sempre foi um cara tão bem articulado, aliás, diga-se de passagem uma das suas grandes qualidades é a forma como vc domina a língua portuguesa e esclarece tão bem seus pensamentos. Não diga isso.

    Mas de qualquer forma, pode ser que a alienação que vivemos hoje em dia, onde tudo vem muito 'mastigadinho' pra gente, force a nossa falta de interesse em leituras e tudo o mais.

    Mas isso dá uma baita discussão né!?

    Quanto ao facebook, é exatamente isso: promoção. Eu mesma já ouvi vc falando sobre isso. Que todas essas redes servem pra pessoas se promoverem. Pense no seguinte: o facebook não 'pergunta' o que vc está comendo, ou onde vc está, ou com quem está. Ele 'pergunta' no que vc está pensando. As pessoas poderiam se esforçar um pouco mais e dizer o que de fato elas estão pensando. É fato que ainda assim o nível de pensamentos fúteis seria imenso, mas não mudaria a 'proposta' do facebook. 80% dos posts são pessoas dizendo onde estão e o que estão comendo; oque significa isso!? a classe média querendo se sobrepor aos demais?

    (Oque é ilusório afinal a ascendência das classes sociais está cada vez mais 'ascendente', a deselitização da internet também), oque me faz pensar em outra coisa que é justamente a questão da internet para todos. Até que ponto isso é saudável, não?! Por que cria uma aproximação falsa. Na realidade as pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras. Mais individualistas...

    Acho que estou divagando... Mas enfim... a promoção... então quem está nos melhores lugares, comendo as comidas mais gostosas está promovido, do contrário estão todos demitidos.


    Quanto a literatura... talvez eu sim esteja um pouco alienada... tenho participado pouco da cultura em sp. Não sei em que pé estão as coisas. Mas muito bom saber que as Bienais ainda recebem grande número de transeuntes, e a livraria Cultura, pô legal também, mas puta elitizado né!? Eu penso que lugares como esse ainda guardam 'restos' do que eramos alguns anos atrás, quando o conhecimento não estava ao alcance de todos. Corrija-me se eu estiver errada, mas penso que não é qualquer um que entra na livraria Cultura simplesmente para dar uma olhadinha nos títulos... Quando há cultura verdadeiramente, ainda há exclusão. E quando não é cultura de verdade, aí sim, é liberado pra todo mundo, como a própria virada cultural.

    Bom... que bom que vc não quer encerrar a discussão, afinal ainda tenho que falar sobre umas falcatruas da secretaria de cultura de Guarulhos, mas sobre isso, falo na próxima ;) E que bom que te anima a escrever... eu estava 'sedenta' de um lugar como esse pra tentar expor um pouquinho das minhas elocubrações...

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  5. Obrigado Ju, soa até irônico essa elogiazada que vc fez... Mesmo que tenha sido, agradeço. Chega numa hora que a cabeça não funciona mais como deveria. Só discordo do meu 'domínio da língua'. Ai vc força a amizade.

    Quanto as redes sociais... Bem, acho que nem preciso acrescentar nada, é exatamente isso, nem tanto quanto a 'luta das classes'. É uma ferramenta que acalenta ao carente. Pode perceber: as pessoas se distanciaram tanto devido a democratização e acessibilidade da internet, se tornaram tão sociais em seus terrenos virtuais que isso deve ter pesado um pouco... E eu acho que isso é carência. Você ficar postando a cada 5 minutos que está vendo algum programa de tv, ou está comendo algo... É pra se auto-promover, mas no sentido de chamar a atenção para que os outros saibam que ela está solitária (ficou meio confuso? é o sono).

    Nem sei se é pertinente, mas vi o morcego comentando recentemente que o facebook estava virando o orkut. Não sei como era antes, mas eu não duvido. Ai entra uma questão de discriminação que eu não quero entrar no mérito no momento. Mas pensem a respeito...

    E Ju, de fato a livraria Cultura não é um ambiente comum, muito menos marginal (no bom sentido), é um reduto da classe média, não dá pra negar isso. Mas a utilizei como exemplo querendo generalizar... Pq a Saraiva, Nobel, FNAC entre outras e diversos sebos estão lucrando como nunca. Eu acho que é sim uma democratização da cultura (to usando muito esse termo). E eu acho que independente do que se tem lido, é válido esse desenvolvimento. A constar que o preço de determinados estabelecimentos não é do mais acessivel. Isso é também uma prova que classes menos abastadas estão aumentando seu poder de aquisição. Ótimo! Nada mais justo.

    E por favor, fale sobre essas falcatruas... Ou ao menos de uma prévia, pois ai tento puxar no próximo tema de atualização...

    Discussões saudáveis.

    E, para fechar este comentário, para MARX todos somos alienados, inclusive ele, mesmo tendo essa percepção da sociedade.

    Alienação salutar. Que nenhum marxiano leia isso, hahaha!

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  6. Ah, não vou mentir que, primeiramente, tive preguiça de ler os comentários para poder comentar...

    Mas agora que li tudo, posso comentar!

    Acredito que o Facebook, Twitter, entre outros, só refletem um momento intenso da nossa sociedade: a necessidade de expressar seus pensamentos e idéias de forma rápida e objetiva, porque o mundo vive esse momento de informações rápidas, simultâneas. Para simplificar, penso que vivemos o momento das "manchetes" - tudo o que tem que ser dito é dito em uma linha, assim, sem nenhum subtítulo, de preferência.

    Talvez por isso os sites de humor que você citou, Marcelo, faça tanto sucesso: um título e um vídeo. Só isso. Se interessar o título, vejo o vídeo. A idéia de "não perder meu tempo".

    Quanto ao que é dito no Facebook, assumo que grande parte do que vejo são coisas muito fúteis, no sentido sempre da tentativa de fazer humor. Com certeza, esse nosso individualismo virtual nos causa uma carência. Fica provado no que a Ju disse: sabemos o que fará as pessoas comentarem. Surge então uma vontade de chamar a atenção, com uma certa competividade.

    A mesma coisa o Twitter: as pessoas postam coisas engraçadas ou polêmicas - uma linha, fácil de ler, e consigo chamar atenção e seguidores. Um blog como esse do Marcelo (ótimo por sinal, amor) exige uma concentração e tempo. Além, não posso deixar de mencionar, de nos incomodar a comentar, saindo um pouco da alienação que vivemos todos os dias.

    Quanto a Marx, não vou comentar. Mas indico "1984", que acabei de ler, de George Orwell - uma análise incrível das ditaduras, seus fins e meios. E justamente sobre "alienação", num plano até absurdo de realidade. Talvez.

    - Depois que leio esses livros e uns textos da faculdade sempre duvido da realidade que vivemos...

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  7. Nossa! O negócio tá pegando! Parrábens Marcelo por voltar a escrever, isso é um estimúlo pra todos nós, tanto para lermos, quanto para produzirmos.

    Peço licença pra expressar a minha opinião em relação aos debates.

    Redes Sociais: Infelizmente a futilidade não está no Facebook, orkut, etc... Está nas pessoas.A merda é quando a futilidade pega, e pessoas não fúteis, se demonstram fúteis pra se enquadrarem num ambiente de clima babaca!
    A expressão de pensamento não pode ser simples, se o pensamento é complexo. Sendo assim, nunca conseguiríamos nos comunicar de forma plena. Um cara que passa o dia inteiro se expressando através de 100 caracteres, ou de qualquer forma limitada, não pratica o exercício da comunicação de forma abrangente, se tornando cada vez mais um ser de capacidades limitadas e passível a alienação!

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  8. Leitura:
    É difícil imaginar na atualidade, com todos os recursos que dispomos, a não prática da leitura. Só pelo fato do cara ler suas páginas e perfis na internet, ler os slides das televisões dos meios de transporte, já demonstrra um maior exercício da atividade, o que gera naturalmente um maior interesse pela literatura.
    No entanto, precisamos fomentar mais essa prática, tornar as pessoas mais ativas no processo. Pois a "indústria das manchetes", à que se referiu a Aninha, é uma grande inimiga do exercício literário.
    Tomara que um dia cheguemos numa meta em que além da quantidade de frases lidas num dia, tenhamos também a qualidade.

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